quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Entrevista com
Henrique de Micco



Quando você começou a escrever? Escrevi meus primeiros textos bem novo, eu devia ter uns doze, treze anos. Nessa época eu já lia muito, mergulhava de cabeça nas histórias e criava as minhas próprias na cabeça. Infelizmente, perdi tudo o que escrevi nessa época, mas mantive algumas ideias e uma delas, deixei que amadurecesse junto comigo.

De onde tira inspiração? Para falar a verdade, eu não saberia dizer ao certo. Acredito que seja, analisando de forma superficial, dos inúmeros livros que li, sem contar a porrada de filmes, séries, games, e dos RPGs que eu costumava jogar/mestrar na adolescência. Mas a maior parte vem dos questionamentos que surgem no decorrer de nossas vidas; gosto de usar o horror e a fantasia para levantar reflexões e transmitir mensagens positivas.


Conte um pouco aos nossos leitores sobre seus livros: Bom, tudo começou com a tal ideia que eu deixei amadurecer, como citei logo acima. No caso, é a história que conto no meu romance de estreia, o primeiro volume da série “O Último Ceifador”. Comecei a escrever profissionalmente em 2015, terminei o romance no final de 2016 e o publiquei em agosto deste ano. Além deste, publiquei um e-book (terror) de forma independente na Amazon, durante o processo de publicação do meu livro. A ansiedade falou mais alto, e eu decidi finalmente expor o meu trabalho antes do lançamento, através deste e outros textos publicados em plataformas online, como o Wattpad.

O que faz parte do seu processo criativo? Como você escreve? Eu não demoro muito para colocar a ideia em prática; assim que tenho a ideia, parto para a escrita, na maioria das vezes sem ter um final definido na cabeça. Em outras, a história toma um rumo diferente e eu acabo sendo surpreendido por um desfecho improvisado e mais funcional do que o anterior.

O que foi o “pontapé” inicial para começar seu primeiro livro? Na verdade, foram vários pontapés! Pontapés do sonho que eu sempre tive, gritando por uma chance. Mas muito se deve aos feedbacks que tive após arriscar os primeiros capítulos. Foi algo que me encorajou.


Tem alguma dica para escritores iniciantes? É algo que eu sempre levo comigo, até porque sou um deles, também. Acredite em si mesmo, quando ninguém mais o fizer. Trate a escrita como um trabalho, que requer esforço e aperfeiçoamento constante. E, claro, esteja sempre preparado para críticas.

Quais são os seus projetos para o futuro? Atualmente, estou finalizando um novo romance de fantasia, já com a cabeça na sequência de “O Último Ceifador: Elo Dimensional”. Nas três sequências, para ser mais exato. Minha ideia é lançar volumes únicos entre o espaço de tempo entre um e outro da série. Tenho algumas ideias que não podem esperar.

O que pensa sobre o incentivo à cultura no Brasil? O incentivo governamental à cultura é mais eficaz em sua proposta do que na execução. Temos leis interessantes nesse sentido, mas aplicadas de forma equivocada (leia que atendam a grupos de interesse).Existe um contraste aqui, a tal da desigualdade de distribuição (sem generalizar, existem casos isolados). Eu, pelo menos, enxergo como algo fundamental, mas que precisa ser reformado. O incentivo maior vem, e precisa vir ainda mais, dos próprios consumidores. De gente que respira arte, em todos os seus âmbitos.


Como fazer as pessoas lerem mais? Creio que tenha muito a ver com hábito. Se um pai / mãe tiver o costume de ler, seus filhos provavelmente tomarão o mesmo gosto. Ou pelo menos tentarão. Ou, então, levando até elas material de interesse. Tem muita gente por aí que gosta de ler e nem sabe. Pessoas que pegaram cinco, seis livros na vida, induzidas de alguma forma, e associaram a experiência negativa a todo o resto. Por que alguém que assiste filmes de terror, por exemplo, não gosta de ler o mesmo gênero? E passa o dia consumindo linhas e mais linhas de informação desnecessária sem se dar conta? Uma pessoa não se torna leitora da noite pro dia, é algo que precisa ser exercitado. Menos indução, e mais interesse. Esse é o ponto chave.

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3 comentários:

  1. Sensacional! Uma honra ter participado dessa entrevista tão bem elaborada. E vamo que vamo! haha

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  2. Muito bom, adoro esse incentivo a novos autores, o mais impressionante é que apesar de termos estilos diferentes, nas ideias tudo me parece muito igual. Boa sorte e muito sucesso!!

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  3. Verdade, Gilberto. Eu me identifiquei muito na entrevista do Henrique. Muito bom.

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