sábado, 30 de dezembro de 2017

COM VOCÊS: 
CARLA RIBEIRO DE SÁ PEREIRA (Carla de Sá)
Quando você começou a escrever? Quando adolescente rascunhei algumas despretensiosas linhas, nada de muito  significativo, mas sempre gostei muito de escrever e minhas redações rendiam boas notas. Mais tarde, por motivos de doenças na família e uma depressão, conversando com uma amiga, mostrei um papel que achara, com um único parágrafo escrito que se perdera com o tempo. Ela leu e me instigou a dar continuidade. Acreditei que seria um bom exercício para desviar os pensamentos do período difícil que atravessava e o que achei ser uma mera redação, transformou-se em um livro de quase 600 páginas. Minha amiga adorou e pediu uma continuação, daí para diante, eu não parei mais. É uma honra ser entrevistada, já que é tão difícil dar oportunidade de voz aos autores nacionais sem projeção; eu agradeço e fico feliz em saber que ainda existem pessoas de visão, boa vontade e coração aberto.

De onde tira inspiração? De tudo (rs). Vou dar um exemplo: eu normalmente escrevo com música. Tenho um livro que foi inspirado em um lançamento do A-Ha - chamado "This is our home" que acabou dando origem a uma comédia romântica cujo título é "esse é o nosso lar". É preciso aprender a observar e ouvir, às vezes as melhores idéias nascem de pequenos detalhes do cotidiano e se você dormir no ponto...

Tem alguma dica para escritores iniciantes? Muitos desistem e eu digo: Não! Não desistam. Resistam, lutem por aquilo que amam, lutem por seus sonhos, sangrem, transpirem, apanhem, mas mantenham a cabeça erguida; ajudem aos que estão começando, estenda a mão aos que tenham dúvida ou dificuldades, juntos faremos a diferença; somos uma unidade com um objetivo em comum: transportar o leitor da crueza do mundo real para uma necessária pausa em um mundo imaginário; somos construtores de pontes a espera que o leitor as atravessem e quando fazem, alcançamos nosso objetivo que é compartilhar, mesmo que por um curto período de tempo, nosso mundo, nossa alma, nosso coração.

Conte um pouco aos nossos leitores sobre seus livros: Sou Shakespeariana. Meu forte são os romances com um toque de fantasia, comédias românticas e agora estou a ponto de me aventurar pela ficção científica. A "Saga Ecos da Eternidade" fala de um casal que passa vida após vida tentar ficar juntos, mas são sempre afastados por uma terceira pessoa: cada livro conta uma vida do protagonista e sua luta para manter a mulher amada com ele. Amo Mitologia Celta, então alguns dos meus livros exploram criaturas da Mitologia Irlandesa, outros da Mitologia Escocesa. Adoro fantasmas ou qualquer tema que remeta a amores impossíveis (Shakespeare, não falei?). De Tritões à Leprechauns, Fadas, Selkies à Alienígenas, eu topo qualquer parada!

O que faz parte do seu processo criativo? Como você escreve? Eu uso um método denominado CAMS: Café, Água, Música e Sossego, que muitas vezes se converte em somente CAM, já que sou interrompida constantemente enquanto escrevo. Se for um novo manuscrito, eu rascunho um esqueleto, faço um brain storm, anoto todas as ideias (todas, até mesmo as mais idiotas) e depois de estabelecidos o pano de fundo, o perfil dos personagens e o período temporal, parto para a pesquisa; pesquisa essa que irá me acompanhar durante todo o manuscrito. Sobro de TOCL (Transtorno Obsessivo Compulsivo Literário) e tento ser o mais fiel ao tempo histórico, geografia e fatos relevantes.

O que foi o pontapé inicial para começar seu primeiro livro? Uma amiga de trabalho que leu um parágrafo que escrevera anos atrás e me instigou a criar uma história. Daí nasceu a "Saga Ecos da Eternidade - Livro 1 - John" que já está no sétimo livro.

Quais são os seus projetos para o futuro? Continuar escrevendo e o que todos nós queremos (apesar de muitos alegarem que não) sucesso, dinheiro, reconhecimento, mas acima de tudo, poder compartilhar minha paixão e meu mundo particular com os leitores.

O que pensa sobre o incentivo a cultura no Brasil? Que incentivo? (rs). Sério. Não só a cultura, também a educação, esportes e outras áreas carecem de incentivo. Precisamos tentar reverter esse quadro, não podemos ficar esperando que os responsáveis tenham uma boa vontade para ajudar, porque eles não têm e não vão.

Como fazer as pessoas lerem mais? Uma receita de família: quando criança, minha mãe lia muito para mim. Depois de alfabetizada, ganhava livros infantis condizentes com minha idade, mas o primeiro livro que ganhei por escolha própria. Aprendi que livros eram sagrados, deveriam ser respeitados e cuidados, que nos transportavam para outras eras, abriam as portas de outros mundos: eu cresci com um livro na mão. Leiam para os seus filhos, se você não gosta de ler por preguiça, participe de um clube de leitura, compre audiobooks, mas nunca, nunca deixe de ler. 

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